quarta-feira, 27 de abril de 2011

Tipografia - um último olhar


A tipografia constitui dois elementos da elaboração de um texto: a arte e o procedimento criativo, em si. É, ainda, um componente fundamental e absolutamente primordial do Design Gráfico – deste modo, pode definir-se o principal propósito da tipografia neste campo como o de atribuir ordem estrutural às composições visuais e conferir forma às mesmas. Em termos leigos, é frequente referirmo-nos à tipografia como o grafismo associado à imprensa. No entanto, como poderemos comprovar ao longo deste artigo, o conceito é bastante mais complexo mas, ao mesmo tempo, aliciante.
De uma forma geral, entende-se que a base de qualquer composição tipográfica é ser perceptível, não obstante, é necessário que seja legível e “visualmente envolvente”. Assim, pretende-se que o público a que é destinado aprecie o que observa, ao mesmo tempo que tem acesso a informação passível de ser assimilada. No caso particular do Design Gráfico, a legibilidade é algo que pode ser ou não, consoante o contexto em causa, um conceito a ter em conta.
Logicamente, para que seja conseguido o efeito visual pretendido e para que, assim, a mensagem passe para o público, a escolha de fontes tipográficas (por outras palavras, tipos de letra) é algo imprescindível ou mesmo determinante. Cada fonte tipográfica causa no observador um determinado efeito, sendo que transmitem sensações diferentes (por exemplo, os tipos de letra mais arredondados difundem uma ideia de “friendly”, de confiança, enquanto que letras quadradas/rectangulares/estanques transmitem uma noção de rigidez). Contudo, a atenção visual não depende apenas da fonte utilizada, pelo contrário: a composição do texto, também designada por “layout” (textos, gráficos ou figuras que coordenam a produção visual), desempenha um papel igualmente preponderante. A sensibilidade do artista no que diz respeito à escolha do tom do texto, juntamente com a relação entre o texto e os componentes gráficos, são identicamente imprescindíveis. Em última instância, pretende-se que o layout seja apropriado a cada conteúdo, sendo para tal necessário que os elementos supra-referidos se encontrem em consonância na composição visual.  
Numa parte inicial da história da tipografia, esta era uma actividade realizada para fins industriais, sendo limitada aos tipógrafos. Porém, com a democratização da tipografia, esta passou a ser ilimitada, como é comprovável actualmente, na Era da Revolução Digital (apenas são necessários dois elementos: uma fonte tipográfica e um processador de texto).
Para os designers que trabalham com diagramação (“distribuição de elementos gráficos no espaço limitado da página impressa”), a relação texto-imagem é a base do trabalho, pelo que o conhecimento tipográfico é um factor essencial.
Em suma, a tipografia é uma das bases do Design Gráfico.
Explorando um pouco o conceito de tipografia digital, esta é utilizada na criação de logótipos, letterings e títulos, por exemplo.













 “Tipografia é transformar um espaço vazio, num espaço que não seja mais vazio. Isto é, se tem uma determinada informação ou texto manuscrito e precisa de lhe dar um formato impresso com uma mensagem clara que possa ser lida sem problema, isso é tipografia.”
– Wolfgang Weingart


Bibliografia consultada:
HEITLINGER, Paulo; Tipografia: origens, formas e uso das letras, Dinalivro, Lisboa, 2006
FONSECA, Joaquim da; Tipografia e Design Gráfico; Bookman, São Paulo, 2008

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